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segunda-feira, 28 de abril de 2014

ALERTA: Cuidado com as gelatinas!

O Vinny não come gelatina. Nunca comeu. Não gosta. 

Fizeram uma vez na Espaço Multi-Integral (a escolinha lá de Brasília) numa cozinha experimental. Ele levou pra casa mas não quis nem saber. Outra vez na festinha da Julia, filha de um casal de amigos, havia gelatina como opção aos doces para os pequenos. Tentei e ele cuspiu. Não insisti por achar que elas tem corantes demais e assim ficamos até ontem sem gelatina por aqui.

Outro dia, já na escola nova aqui em Campinas, houve uma aula de "bolo" na semana da Páscoa. Ele foi o responsável por levar duas cenouras, o ingrediente principal e voltou animadíssimo querendo pegar colheres e mexer nas panelas!

Resolvemos ontem então tentar fazer gelatina com ele.


Foi meu marido quem notou a diferença. Assim que abriu a caixinha afirmou que a gelatina era 'diet' após verificar o volume de pó no saquinho.

Em resumo: As gelatinas estão vindo adoçadas com edulcorantes, os famosos "adoçantes", que não são indicados para uso indiscriminado por crianças, especialmente as menores. Seus malefícios a longo prazo não são plenamente estabelecidos, especialmente na faixa etária pediátrica.

Na minha opinião, o pior é que NADA está informado claramente na embalagem. Apenas lendo as letras minúsculas dos ingredientes é que temos a informação.

Na foto, a marca da esquerda contém aspartame, ciclamato, acesulfame e sacarina. A da direita, ciclamato, acesulfame, sacarina e aspartame. Essa segunda traz no cantinho sob o meu polegar a frase: "baixo valor energético". E só. A que tem o personagem infantil nem isso.

Cuidado com o que compra e oferece ao seu filho.

O meu por enquanto seguirá sem gelatina em casa. 


sábado, 12 de abril de 2014

"Adeus Brasília, vou pra outra cidade"


"Se teu amor foi
Hipocrisia!
Adeus Brasília
Vou morrer de saudade
Se teu amor foi
Hipocrisia!
Adeus Brasília
Vou pra outra cidade..."
(Alceu Valença) 

Olá! 

(Espero que alguém ainda apareça de vez em quando por aqui.)

Minhas sinceras desculpas pela total ausência nos últimos meses.

O marido e eu já sabíamos de longa data que Brasília não era o nosso lugar. 
Grana, corrupção, grana, propina, grana. Gente sugando o Estado até o último centavo. Gente tentando fazer isso enquanto a vida escorre pelas mãos. "More muito mal, mas more no Plano" ou tenha uma questionável qualidade de vida nos bairros que ninguém pode chamar de bairro. Falta de educação generalizada. Falta de berço. Ausência total de raízes. Um conjunto desconexo de gente que em determinado momento da vida não tinha nada a perder indo para o meio do deserto cerrado, como nós em 2007.

Mas agora, de repente, tínhamos MUITO a perder. A infância e formação do nosso filho, um brasiliense. Não precisamos conversar muito pois antes mesmo de eu engravidar sabíamos que era comum acordo que um filho nosso não passaria a adolescência no Distrito Federal.

Como consequência da solidão coletiva cuidadosamente projetada por Lúcio Costa, não é raro referirem-se a Brasília como a capital do suicídio. São comuns os casos (muito mais do que se noticia), sempre abafados pelo código de ética dos jornalistas sérios. Um importante shopping localizado no centro comercial da cidade fez uma grande reforma após o décimo terceiro suicídio ocorrido no prédio. Antes deles as vítimas faziam isso na Torre de TV, um famoso ponto turístico. Meu irmão mesmo teve um colega de escola que poucos anos após mudar-se para lá com o pai morreu enforcado em casa. Até um médico cubano do mais médicos se enforcou por lá recentemente. Brasília não é fácil. 

Os casos de gente que coloca fogo em moradores de rua também são frequentes, e na maioria das vezes os agressores são grupos de jovens. Aquele índio Galdino foi o caso mais famoso mas esse tipo de notícia não é muita novidade por lá. Muitos deles sobrevivem e viram notinhas de rodapé. 

Netos de figurões da cidade voltando da balada perdem a direção de seus Porches (que valem mais que o meu apartamento e foram pagos você sabe como) numa avenida de seis pistas absolutamente reta com uma garrafa de vodka vazia dentro e escapam como mágica do teste do bafômetro.

Não se engane. Com mais de 2 milhões de habitantes (no DF) Brasília não passa de uma currutela em que no grupo que frequenta a Asa Sul todo-mundo-conhece-todo-mundo. Matriculando uma criança num dos melhores (para o DF...) colégios particulares disponíveis ela certamente conviveria com um ou mais representante dos grupos:

A) Depressivos suicidas
B) Loucos impunes queimadores de mendigos
C) Netinhos de vovô corrupto ou filhos de diplomatas que vivem numa cidade sem lei ou consequência.

Os colégios deixam muito a desejar em relação às nossas referências, com "foco na UnB" ou pior... "foco no concurso público". A única universidade pública disponível está em franca decadência e ainda sofre com imensas greves praticamente anuais. Meu perdão aos egressos da UnB.

Sem conversarmos muito a respeito, num atropelo de acontecimentos favoráveis e na única chance que tivemos de fazer o caminho de volta sem grandes prejuízos, voltamos para casa. Quem pensa muito não sai do lugar.



Cá estamos de volta a Campinas agora com filho, duas cachorras e muita, muita tralha, tentando nos readaptar a uma grande mudança com um pequeno ser completamente dependente da nossa estabilidade financeira e emocional, não exatamente nessa ordem. 

Não está sendo fácil, mas fomos calorosamente recebidos pelas nossas famílias e pelos antigos e eternos amigos que continuavam por aqui. 

Fizemos alguns poucos (e bons) amigos. Nos divertimos apesar dos pequenos aborrecimentos do dia a dia. Fizemos churrascos na varanda como se não houvesse amanhã. Ganhamos e gastamos muitas, muitas milhas. Entendemos exatamente porque o Brasil que tem aquela capital não tem outro caminho que não o fracasso poliítico e econômico. Somos totalmente a favor de movimentos separatistas no sul e sudeste. São Paulo é outro país. 

Os anos em Brasília acabaram. Está tudo bem agora.