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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Entre a piscina e a maternidade.

Quando o Vinny completou dois meses, voltei para as queridas aulas de natação (essas aqui) lá na Acuas Fitness. Tive que mudar de horário (e por consequencia de professor) para que o marido ficasse com ele durante as minhas "fugas". 
Fugindo. Era assim que eu me sentia. 
Nas primeiras duas aulas, nadei com o celular do lado da professora, só por via das dúvidas. #ALoka
Embora a academia seja bem perto e eu saia imediatamente após amamentar para que dê tempo de nadar, tomar banho e voltar antes da próxima mamada, no começo tentei deixar leite ordenhado para que o marido pudesse dar se fosse preciso. Logo percebi que era inviável. Ele passou a mamar mais e eu não conseguia ordenhar o suficiente para garantir doses completas três vezes na semana. Então deixamos uma lata de fórmula infantil (Similac) para o caso de o pai precisar alimentá-lo. 
Um mês se passou sem que fosse necessário apelar para o leite da lata.  Eu relaxei e a professora (que é mãe de uma fofa de um ano) também. Começou a me fazer nadar mais e as aulas foram ficando maiores. Resultado: um belo dia cheguei da natação com os seios já doloridos e ele estava dormindo profundamente depois de uma bela mamadeira da fórmula. Chorei. Fiquei me sentindo a pior mãe do mundo naquela noite. Onde já se viu fazer meu filho tomar uma mamadeira de fórmula só para que eu pudesse ficar uma hora e pouco na piscina?
Como se deixar a criança com o pai fosse um abandono.
Como se usar uma mamadeira inglesa ultra anatômica fosse um crime.
Como se o Similac fosse um veneno.
"Seja xiita", dizia o diabinho na minha cabeça. "Como te ensinaram na faculdade".
Não importava o quanto o marido dizia que aquela mamadeira no período da natação não tinha essa importância toda. Eu só me sentia péssima.



Foi só depois de uns dias que eu consegui parar para pensar e concluir que meu filho precisa MUITO que eu vá para a piscina. A mãe que nada, apesar de pular uma mamada vez ou outra, é muito mais saudável emocionalmente do que aquela outra que estava prestes a (ficar louca) surtar pelas privações que a maternidade impõe a quem nunca foi de ficar em casa. Nós três precisávamos que eu retomasse um pouco da minha vida, por umas poucas horas na semana.
No pouco tempo que fiz consultório, nunca cobrei essa postura xiita das mães (ainda bem!!), mas é impressionante como me cobro ser assim agora que chegou a minha vez. 
Ter ido nadar me obrigou a confiar na capacidade paterna do marido na minha ausência, a sentir uma pequeníssima amostra dos sentimentos da separação temporária e a me tornar um pouco (menos fraca) mais forte. Sobrevivemos.

Fica a dica: uma mamadeira de vez em quando não trará mal nenhum para um bebê se a mãe voltar do seu momento "individualista" uma pessoa mais satisfeita com a vida e a maternidade.

PS: Essa aí na foto sou eu, numa travesia do Paranoá (oi? Leia aqui) no último sábado. Meu filho, estava com o pai e a avó na margem. Sim, ele precisou de uma mamadeira enquanto esperava a mãe superar mais um desafio pessoal. E somos todos mais felizes por causa disso.

3 comentários:

  1. O marido/pai sou eu ! Te amo muito, Buga

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  2. Ju, a gente é assim mesmo, se sente culpada por tudo.
    Como vc disse nossos filhos PRECISAM de uma mãe feliz, emocionalmente estável.

    Eu tava com super culpa de colocar Theo na creche, me sentindo a pior das criaturas, daí coloquei, estou mais feliz, tenho 4 horas livres por dia em que uso para arrumar a casa em paz e o melhor de tudo: Estudar Inglês nessas horinhas, que amo e me faz muito bem!!!

    Theo ganhou uma mãe mais calma, pois eu estava sempre prestes a arrancar os cabelos por viver em reclusão em casa...Ambos colheram bons frutos!

    No seu caso, tenho certeza que fará muito bem tb para o papai ficar mais com filhote e assim fortalecer mais a relação entre eles.

    Grande beijo!

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